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Alexandre Padilha, Ministro da Saúde, do governo Lula.  Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

O clima esquentou no Ministério da Saúde. A pasta decidiu partir para cima de médicos que, segundo o governo, estão espalhando conteúdo antivacina nas redes sociais e ainda faturando com cursos, consultas e tratamentos que não têm comprovação científica. O pacote inclui até ações criminais contra esses profissionais.

A história ganhou força depois que, no domingo (16), o ministro Alexandre Padilha foi às redes dar o recado: junto com a AGU, o governo vai tomar “todas as medidas cabíveis” contra a divulgação da chamada “síndrome pós-spike” ou “spikeopatia”, uma expressão criada por médicos que associam vacinas de mRNA da Covid a supostos efeitos prolongados, algo que a pasta considera pura desinformação.

Em entrevista ao Estadão, Padilha não economizou nas palavras. Ele classificou a conduta desses profissionais como uma mistura de “negacionismo com ganância” e avisou que, a partir desta segunda-feira (17), o governo começa a apertar o cerco.

Funciona assim: Primeiro, o Ministério e a AGU vão acionar o Conselho Regional de Medicina para analisar a conduta ética desses médicos. Em seguida, virá uma ação civil pública, alegando que esse tipo de conteúdo fere o direito coletivo à saúde por espalhar desinformação. A depender do julgamento, podem até surgir pedidos de indenização.

Mas o caldo engrossa mais. Padilha disse que também vai entrar com ação criminal por conta da venda de tratamentos falsos, enquadrando no que o governo considera crimes contra a saúde pública. E, para fechar a lista, a AGU já analisa medidas contra as próprias plataformas digitais, pedindo a remoção imediata de conteúdos que vendam cursos, materiais ou reforcem informações falsas sobre vacinas.

Opinião de Joálisson Farias

Numa democracia de verdade, ninguém é obrigado a pensar igual ao governo. Médicos, jornalistas, cientistas, cidadãos, todo mundo tem o direito de questionar, discordar, duvidar, debater e até errar. É assim que a ciência evolui. É assim que a sociedade respira. E é assim que a liberdade se mantém viva.

O governo afirma que quer coibir desinformação. Ok. Mas se a resposta for silenciar, processar e criminalizar quem pensa diferente, qual o próximo passo? Tirar do ar quem critica imposto? Processar quem questiona política pública? Cancelar quem aponta erros do governo? Democracia não é um sistema que funciona só com aplausos. Ela vive justamente do conflito de ideias.

Temos que defender vacina? Claro. Tem que combater charlatanismo? Óbvio. Mas é preciso tomar cuidado para não cair na tentação de tratar opinião divergente como crime. Porque quando a tesoura começa a cortar discurso, ela nunca para na primeira página.

Em tempos de tanta polarização, o Brasil não precisa de um governo que manda calar. Precisa de um governo que aguenta ouvir.

Por Joálisson Farias, com informações AE

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